Nossa viagem pela Bolívia começou por La Paz – na verdade, ela começou na fronteira com o Peru, em uma cidade chamada Desaguadero, na beira do lago Titicaca, mas acho que passar perrengue em imigração não conta como “passeio turístico”, né? A dica que fica daquele lugar é: ande com sua carteirinha de vacinação (obrigatória, com vacina de febre amarela), passaporte, papelzinho da imigração do Peru em mãos e sempre tenha uma caneta. SEMPRE. Você vai precisar. O ônibus que pegamos parou antes de chegar na imigração do Peru, nós fomos andando um tanto no meio do povo, enquanto o ônibus esperava do outro lado da fronteira, na Bolívia (e o nosso coração na boca, de medo do motorista esquecer a gente ali, mas beleza né). Ficaríamos apenas 2 dias na cidade, então nosso tempo ali era tão escasso quanto o ar em nossos pulmões.
Aqui vai o post anterior, que fiz sobre a Bolívia.
onde ficar: hotel las brisas
como chegar: de ônibus por cusco / avião até LPB
gastos em la paz: em torno de 300bs / R$ 170 (sem contar o hotel e o ônibus)
Depois de uma viagem de 14 horas de Cusco até La Paz, em um ônibus bem precário e uma parada na imigração boliviana, chegamos em La Paz. A chegada na cidade já não é fácil – La Paz está a 3660 metros de altitude, e não é nenhuma brincadeira quando os jogadores de futebol passam mal por lá. O ar é bem rarefeito, o sol queima de uma maneira diferente e o simples fato de levantar de uma cadeira já te faz pensar que você correu uma maratona. Então, tenha calma em tudo o que você for fazer. MUITA CALMA NESSA HORA.
Chegamos em la paz e logo depois de fazer o check-in no hotel (que tinha internet e café-da-manhã inclusos), fomos trocar nossos dólares por bolivianos em uma casa de câmbio ali perto (na calle saganarga, não lembro o nome do local). depois disso, fomos caminhar pela região, o que incluiu um mini-tour por lá (já que não teríamos tanto tempo assim na cidade).
*dica de ouro: tome chá de coca, mastigue folhas de coca, coma balinhas de coca*
Fomos até a Casa Murillo, e ficamos andando pelas ruazinhas da cidade, vendo como as pessoas vivem por ali, essas coisas. La Paz é uma cidade bem simples se comparada com São Paulo, por exemplo. Não vimos grandes redes de lojas nem de restaurantes (só um burger king e um subway), nem propagandas escandalosas. O acesso a internet ainda é bem escasso, e o trânsito da cidade é uma loucura. Passamos na frente do Palácio Legislativo, e depois fomos andar pelo Mercado de Las Brujas. Ali sim, fica o ponto turístico da cidade – todo tipo de “bruxaria” que você possa imaginar é vendido naquelas lojinhas. Vimos lhamas empalhadas e criamos coragem para perguntar para que elas serviam. Uma bruxa chola explicou pra gente que as lhamas, quando estão prenhes, carregam 6 fetos e vão expelindo um a um, até só sobrar um – que é o bebê lhama que nasce. Os outros fetos, de tamanhos diferentes (por conta do tempo de gestação até serem “abortados”) são usados para trazer boa sorte para as casas, sendo enterrados embaixo das mesmas. Se a casa é grande, compra uma lhama grande. Se for pequena, compra uma pequena. Elas custam entre 70bs e 250bs. Além disso, as lojinhas tem todos os tipos de velas e artifícios sexuais, e mais uma infinidade de coisas bem estranhas para os costumes brasileiros. Quando começou a escurecer, voltamos para o hotel e decidimos ir até a agência de viagens da frente do hotel (Travel Agency Maia) para fechar o pacote do tour Chacaltaya + Vale de la Luna. Conseguimos fechar o valor de 90bs por pessoa, com a van pegando a gente na frente do hotel e deixando a gente lá no fim do dia. Passamos também em um supermercado, para comprar coisas para fazer lanches para o dia seguinte. Hora de dormir, certo?
ERRADO.
Comecei a passar mal, e na manhã seguinte, tive um baita de um piriri. Como os 4 estavam comendo e bebendo as mesmas coisas, logo imaginei que fosse por causa da água de torneira que (só eu) enxaguei minha boca após almoçar no dia anterior em um restaurante. Fiquei bem mal, mas mesmo assim fui para o passeio do Chacaltaya (depois de tomar muito chá de coca e garantir um rolo de papel higiênico na mala).
*dica de ouro: tomem cuidado com a água das torneiras em lugares públicos*
Chacaltaya era uma estação de ski a 5421 metros de altitude, que foi desativada devido as mudanças climáticas, já que não neva tanto na região. A van demora cerca de 1 hora para chegar até o topo, e durante o caminho (bem apavorante, em uma estradinha muito estreita), vimos atletas bolivianos treinando corrida. Haja coragem!
A vista lá de cima é linda, e estar lá já é uma vitória dos pulmões. Fica bem difícil para respirar (e por isso a folha/chá de coca se fazem tão importantes), mas o passeio super vale a pena. Tinha bastante neve quando fomos, e o guia disse que subiria até o topo calmamente, e que deveríamos fazer o mesmo. Eu até tentei, mas o combo falta de ar + piriri me impossibilitou, então preferi ficar na van. O Rafael, meu amigo, também ficou, e uma outra moça disse que não aguentou e voltou. O Tico subiu tudo, e tirou umas fotos muito lindas lá de cima. Depois desse passeio, hora de ir pro Vale de la Luna. Mais duas horas dentro da van até chegar ao Vale, que fica praticamente dentro da cidade de La Paz.
O lugar é incrível, e as formações rochosas lembram (bem de longe) o solo da Lua. Nesse lugar já tem banheiros decentes (nada de banheiros lá no Chacaltaya!), então eu decidi ficar bem pertinho deles enquanto o pessoal foi caminhar pelo lugar, num tour que demorou em torno de 45min. Ainda assim, fiquei lá longe olhando o lugar todo e vi o guia explicando tudo para o pessoal. Como esse passeio estava incluído no tour do Chacaltaya, valeu a pena. Se fosse pra pagar a parte, não sei se teríamos feito, não.
Depois disso, hora de voltar para o hotel para pegar as malas e partir rumo à rodoviária, para seguir até Uyuni. Infelizmente, não vimos um espetáculo de cholitas wrestling, nem fomos andar de bicicleta na Estrada da Morte – fica tudo pra próxima. Mas enquanto íamos para a rodoviária, vimos um mini-desfile de fantasias e de cholas. Foi bem bonitinho, com música típica e roupas também.
O táxi rodoviária – hotel e depois hotel – rodoviária deu cerca de 15bs cada trecho, e você chama os taxis na rua mesmo. Todos os taxis são em carros bem antigos, então não se assuste.
E vocês, tem algo a adicionar? Deixem suas dicas de La Paz aqui embaixo! :)
Próxima parada: Uyuni! :D
Uau! Cada foto linda! Qual câmera você usa? Quando viagem, leva algum kit de lentes? E você está tirando fotos analógicas também? Aguardo ansiosamente as novas fotos! Um grande abraço e ótima viagem!
Oi, Bruna!
Nessa viagem, levei só a câmera digital (nikon d600) e a lente básica dela (24mm-105mm). Normalmente, levo também a 50mm e uma analógica (sempre fico. entre a LC-A e a Nikon FM-10), mas nessa viagem era muito importante levar pouca coisa, então foi só a Nikon e a GoPro mesmo. ;)
Em breve postaremos as fotos do Uyuni!
Um beijo,
Oii,que fotos maravilhosas,gostaria de saber se com a Nikon D3100 e a lente do kit consigo ter fotos tão nítidas e claras quanto essas?
Se sim,quais comandos devo dar a ela?
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