Pegamos o ônibus na rodoviária de La Paz e seguimos viagem pela noite até Uyuni. O ônibus era bem confortável, com bancos espaçosos e o caminho foi ~tranquilo. A empresa que usamos foi a Trans Omar, mas creio que existam outras por lá que façam esse trajeto.

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a touquinha eu comprei numa lojinha antes de entrar no salar. custou 17bs.

No caminho, fizemos uma parada no meio DO COMPLETO NADA, em um “restaurante” que vendia umas comidas beeeem estranhas. Eu desci só pra comprar mais papel higiênico e uma garrafa d’água (selada, é claro), e seguimos viagem até a cidade de Uyuni, que fica um pouco longe do deserto de fato.

Ao chegar na cidade, nos deixaram em uma rua e ali rolou o famoso BRILHA MLK – tínhamos que encontrar uma agência de viagem que aceitasse 4 pessoas para um tour de 3 dias começando naquela mesma tarde. Fomos tomar café antes, e tínhamos decidido procurar a Red Planet porque eles eram os únicos que ofereciam hospedagem um pouco mais decente. Chegamos lá e eles estavam COMPLETAMENTE CHEIOS, ou seja – nosso plano foi por água abaixo. Fomos a uma portinha ali perto, e encontramos a Brisa Tour que, além de serem mais baratos, faziam tours com asiáticos que sempre iam ao Salar de Uyuni com um só objetivo: fotografar as estrelas. Como esse era o meu único pedido, fechamos com eles (pela metade do preço da outra agência – pagamos 800bs na Brisa Tour).

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a imensidão…

DIA 1:

Entramos no jipe, passamos por um hotel onde tinham outras duas brasileiras que nos acompanhariam pelos próximos 3 dias, e fomos rumo ao desconhecido deserto com nosso motorista, Román.

Começamos passando pelo Cemitério de Trens, que foi uma parada bem rápida antes de começarmos efetivamente na região salgada. Tinha bastante gente, mas ainda deu pra tirar umas boas fotos por ali. Logo depois, o motorista parou em uma casinha, pegou uma panela de comida e seguiu viagem até o Hotel de Sal, que já não é mais um hotel, e sim um grande restaurante para os viajantes almoçarem.No caminho, paramos em uma rua com lojinhas cheias de bugigangas (compramos toucas por 17bs, se cobrarem mais, tente pechinchar!). Na região do Hotel de Sal é onde fica a Ilha das Bandeiras e um monumento gigante ao Paris-Dakar (que agora é na América Latina).

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fizemos poucas fotos assim :(

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bracinho aberto e v de vitoria é o kit basico pra fotos no salar

Comemos, fotografamos, e saímos em direção ao deserto de sal. Nosso motorista estava meio cansado tímido, e não ajudou muito a gente a tirar aquelas fotos divertidas de ilusão de ótica. Fica pra próxima, eu acho. Dali, rumo à Ilha dos Cactos. A entrada para ver os cactos de perto custa 30bs, e dali você tem uma bela vista do Salar. Ficamos cerca de uma hora ali, para depois irmos ver o por do sol sem nada nem ninguém por perto. E ali sim, eu me senti um nadinha perto da grandeza do lugar. Acho que foi ali que minha ficha caiu: “baita lugar lindo“.

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aproveitem para tirar selfies com essa luz magnífica

Quando o sol baixa, fica tão escuro que dá até medo. Já seguimos viagem pra hospedagem da noite, com lhamas do lado de fora e aparentemente bem confortável. Diferente de algumas hospedagens, a nossa ja tinha o banho quente incluso. Banho rápido, porque estava frio demais lá fora, e logo em seguida jantamos uma sopa com pães e um prato de batata frita com salsicha e ketchup (que eu aaaaaacho que eram salchipapas). Depois, corri pra cama dormir (com muita roupa quentinha!) porque o dia seguinte começaria cedo.

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DIA 2:

Acordamos cedo pois íamos fotografar as estrelas. Eu estava num nível absurdo de ansiedade, mas como também estava doente, foi bem cansativo. Acordamos uma hora antes de todo mundo no hotel, comemos um café da manhã bem simples e saímos. TUDO COMPLETAMENTE ESCURO. Adivinha só o que aconteceu? Estava nublado e não dava pra ver uma estrelinha sequer no céu. Se eu fiquei frustrada? Um pouco, admito. Mas a beleza do nascer do sol me fez esquecer um pouquinho toda a tristeza. Um dia eu volto lá pra fotografar as estrelas.

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oi migas

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Seguimos viagem, e essa foi a parte mais chata: MUITA viagem de carro. Passamos pelo Deserto Dalí e a Árvore de Pedra, mas estava ventando TANTO que eu nem quis descer do carro. Na verdade, só queria comer (lembrete: levem lanchinhos, barrinhas, qualquer coisa!). Quando chegamos próximos da Laguna Colorada, o Román parou para que pudéssemos almoçar (macarrão frio com frango e batata). Acho que nunca comi com tanta alegria! Nevava um pouco do lado de fora e ventava muito, então comemos dentro do carro enquanto apreciávamos a paisagem a nossa volta.

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flamingos

Seguimos por mais uma hora até chegar na Laguna Colorada, e o visual não deixa a desejar: é um dos lugares mais lindos que eu já vi. O valor da entrada na Reserva é de 150bs. O pagamento é obrigatório para quem cruza o local, e aproveite para usar os banheiros já que vai demorar um pouco até o próximo. Saímos de lá depois de caminhar por tudo, e fomos para a nossa próxima hospedagem. Coincidentemente, ficamos hospedados no mesmo lugar do pessoal da Red Planet – ou seja, eles vendem que tem hospedagens melhores mas no final é tudo a mesma coisa. Tivemos a chance de escolher nosso quarto porque ainda não havia chegado ninguém, e aproveitamos pra tirar uma soneca. Nessa hospedagem não tem energia elétrica durante a noite, então pedimos pra carregar as câmeras no carro da agência. Também não tem banho quente, então boa sorte pra quem se arriscar a tomar banho gelado (e estava BEM GELADO, nevando um pouco até, mas alguém do outro grupo teve coragem de tomar banho). Na janta, tivemos macarronada, sopa e até um vinho boliviano. Acabamos com tudo! HAHA! Dormimos bem aquecidos pelos milhares de cobertores do local, e acordamos cedo também com uma notícia: talvez não fosse possível chegar até a fronteira com o Chile, tendo que mudar o caminho por conta da neve. 

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é assim a região onde fica a hospedagem

 

DIA 3:

Nosso motorista quis sair cedo pro caso de dar alguma coisa errada, ainda dar tempo de voltar até um ponto x da Bolívia onde poderíamos passar para o Chile. Tomamos um café reforçado e saímos. Adivinha quem deu as caras hoje? O céu estrelado. Nunca vi um céu tão absurdamente estrelado como esse, sem nada no horizonte pra atrapalhar a visão, mas o nosso guia estava com pressa e não me deixou parar o carro e descer para fotografar.

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olha a fumacinha saindo da terra!

olha a fumacinha saindo da terra!

Para mim, esse foi o dia mais legal de todos. Fomos rumo aos geisers, tiramos muitas fotos lá, o sol nascendo e a neve derretendo aos poucos (depois do nosso jipe ficar atolado na neve e deixar a gente levemente desesperado HAHA)… Coisa linda demais!

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sai daí cara cê vai morrê

Seguimos em direção às aguas termais, onde já tinha uma galera tomando banho e decidimos não entrar (eu já estava meio mal, estava nevando e fiquei com medo de piorar ainda mais). Além disso, já falei que nosso guia estava apressado? Pois é. Ficamos 15 minutos ali, colocamos a mão na água pra ver se era quentinha mesmo, brincamos com um cachorrinho do local e partimos em direção à Laguna Verde.

aguas termais

HAJA CORAGEM!

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Na Laguna Verde, a parada foi de uns 20 minutos. Estava ventando bastante, com muitas nuvens, e a cor da Laguna não ficou veeeeerde como aparecem em algumas fotos por aí. Então, seguimos em direção à fronteira, onde fomos os primeiros a chegar e ainda vimos MUITA neve. Ficamos ali por umas 3 horas, o nosso guia continuou lá no carro esperando até a gente ir pro Chile.

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a tal da Laguna Verde

lagunaverdeMontamos bonecos de neve, fomos caminhar pela área, encontramos um ônibus abandonado, fizemos guerra de bola de neve… Foi muito bacana. Quando chegou a hora de passar pela imigração (as agências na Bolívia tem uma parceria com agências do Chile, e vem mini-ônibus buscar a gente), descobrimos que teríamos que pagar, na imigração, 15bs para sair do país. Apenas uma empresa já tinha esse valor incluso no pacote, mas não era hora de brigar com policial da imigração, né? Pagamos e carimbamos o passaporte, rumo ao Chile, cheios de saudade das aventuras bolivianas.

onibus uyuni

uyuni

onibus uyuni

onibus uyuni

uyuni

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aqui o motorista já estava mais soltinho e feliz, como vocês podem ver

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a imigração é isso e só isso

uyuni

uyuni

 

Valeu a pena todo o perrengue? SIM!

Faria de novo? COM CERTEZA!

Vocês tem mais alguma dica do Uyuni? Conta pra gente!